Vivemos em uma sociedade repleta de padrões, e por diversas vezes nos questionamos, qual é o meu padrão? Onde eu me encaixo?
Primeiro vamos entender o que é esse tão falado padrão de beleza… “Padrão de beleza é uma expressão usada para um modelo de beleza que é considerado ideal em uma sociedade”. Tal padrão existe desde a pré-história, e vem sofrendo alterações de acordo com a época, ora sendo mulheres mais cheinhas, ora sendo as famosas modelos magérrimas.
Mas onde se encaixa a mulher real neste padrão? A mulher guerreira, autêntica, inteligente e forte? A mulher que enfrenta de frente as barreiras encontradas no caminho?
E ainda se levanta mais um questionamento, se a sociedade e cheia de padrões, como fica a moda de frente a isso?
A moda assim como a sociedade, não fica de fora de tais padrões, o que leva ao surgimento de roupas cada vez mais iguais, calçados com saltos extremamente altos e desconfortáveis, estilos completamente iguais. É como se perdêssemos o nosso Eu, a nossa essência, o que há em nós.
Devemos nos lembrar que o importante mesmo é quem somo e como somos, e não o que usamos e vestimos.
Como você encara esses padrões?
Desde fevereiro de 2019, quando me deparei com a necessidade de uso de muleta, de apoio, eu me vi em um mundo repleto de padrões onde nem eu nem minha fiel companheira nos encaixávamos, onde eu não encontrava nenhum padrão para me encaixar, e foi aí que surgiu o que eu chamo de me momento, me despertar.
No início eu pensei em customizar a Jhenny (minha muleta tem nome) conforme a roupa, com fita adesiva colorida, acredito que nesse período estava em negação e com medo dos padrões. Até que chegou o dia do meu primeiro passeio em companhia da Jhenny, um casamento!
Acreditem, eu surtei e tive um medo enorme de tudo, a roupa não se encaixava à muleta, eu já não usava salto a anos, mas precisava estar vestida para a ocasião. Lembro que me levantei, me arrumei, vesti a roupa mais confortável e adequada que encontrei e fui!
E quantos olhares e questionamentos eu recebi, achei que fosse morrer, minha vontade era de “sentar e chorar”; e foi aí que literalmente caiu a ficha, percebi que o padrão sou eu quem crio, e que realmente e precisava levantar e seguir em frente, descobri que esse deveria ser o meu padrão, seguir em frente, se feliz.
E esse é o padrão que todos nós deveríamos seguir, é o que deveríamos vestir da cabeça aos pés, o que deveríamos calçar e irradiar por aí, a felicidade.
Somos mulheres reais, com problemas reais, e é incrível ver como somos fortes, nos superamos e superamos com o outro, somos mães, amigas, esposas, somos apoio e somos apoiadas, somos estudantes, dona de casa, trabalhamos, rimos e até mesmo dançamos à nossa maneira.
Estamos no século XXI, a sociedade vem mudando, os padrões estão sendo superados, nós mulheres nos tornamos cada vez mais independentes, estamos mudando as visões de padrão, as lojas estão se adaptando, a moda está mudando aos poucos e a passos lentos.
Após esse texto, tantas palavras, você descobriu qual é o seu padrão? Qual o seu padrão de vida, de estilo, seu padrão de hoje e sempre? Afinal, somos mulheres, não somos deficientes, somos seres humanos com uma deficiência física, e diagnóstico não é destino, e nem por isso perdemos nossa vaidade.
Por fim, gostaríamos de deixar algumas dicas de moda com estilo, elegância e conforto, afinal hoje é o nosso dia, nosso mês (convenhamos, todo dia é nosso dia).
Feliz dia internacional da mulher para todos nós, que sejamos cada vez mais forte, que estejamos aqui para ser apoio e para nos apoiarmos, e que o nosso padrão seja sempre a felicidade!
Por Josyane Justino
Associada ASPEH Brasil