A palavra TÔNUS MUSCULAR é utilizada quando nos referimos ao estado de tensão natural do músculo. Quando tocamos, palpamos braços e pernas podemos perceber a tensão do músculo. Algumas pessoas apresentam músculos mais tensos, outras mais relaxados e essa pequena variação é normal. Porém em algumas doenças os músculos podem estar tensos demais ou relaxados demais.
Hipertonia
É o aumento patológico do tônus e ocorre por lesão no Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Nesse caso, os músculos afetados ficam duros, rígidos, fazendo com que o movimento fique difícil. Em alguns casos, a rigidez é tão grande que fica impossível a movimentação voluntária, sendo possível movimentar um segmento (braço ou perna) apenas de forma passiva, isto é, que alguém faça o movimento pelo paciente. Encontramos hipertonia na Paraparesia Espástica Hereditária, na Paralisia Cerebral, nos pacientes que tiveram AVC (Derrame), no Parkinson e em algumas lesões da Medula Espinhal.
Importante ressaltar que hipertonia não é a mesma coisa de espasticidade. Espasticidade é uma condição neurológica onde o paciente apresenta além da hipertonia, aumento dos reflexos miotáticos (aqueles testados com um martelinho especial, onde o médico ou fisioterapeuta bate no joelho por exemplo e a perna “mexe sozinha”), Sinal de Babinski e Clônus. O paciente com Paraparesia Espástica Hereditária apresenta espasticidade, o paciente com Parkinson não, mas ambos apresentam hipertonia.
Hipotonia
É a diminuição patológica do tônus e ocorre também em algumas lesões do Sistema Nervoso Central, ao contrário da hipertonia os músculos são “molinhos”, flácidos. O movimento voluntário também pode ser difícil de ser realizado. Quando balançamos a perna de um paciente hipotônico, seu pé se movimenta livremente, sem nenhuma resistência, lembrando uma boneca de pano, o mesmo pode acontecer com a mãos se a hipotonia também afetar os braços. A hipotonia é encontrada na Síndrome de Down, na Poliomielite (Paralisia Infantil), em alguns casos de lesão na Medula Espinhal e nos primeiros dias após um AVC, antes da hipertonia se instalar.
Por Dra. Priscila Molina (fisioterapeuta)
Núcleo Médico Científico ASPEH Brasil