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Paraplegia, Paraparesia e Hemiplegia é tudo a mesma coisa?

Existem alguns termos muito comuns tanto para quem tem ou convive com uma doença rara, para quem tem uma disfunção neurológica, e também no dia a dia de qualquer pessoa que com certeza já ouviu esses termos em algum lugar. Esses termos, apesar de comuns, geram muita dúvida quanto ao seu significado, por serem muito semelhantes. O Glossário Raro desse mês vai ajudar!

Vamos lá! Pra entender o significado desses termos teremos que desmembrá-los.

  • Plegia é a mesma coisa que paresia? Não!

Plegia é uma paralisia, é a ausência de movimento de um segmento, de uma parte do corpo ou de várias delas. Já a Paresia é a diminuição do movimento, fraqueza muscular. Ambas têm origem neurológica, acontecem por uma lesão nos nervos, no cérebro ou na medula espinhal (não é essa que a gente pode doar e salvar a vida de quem tem leucemia, ok?).

Agora que sabemos a diferença de plegia e paresia podemos seguir adiante.

✔Paraplegia = paralisia, ausência de movimento nos membros inferiores (contração muscular zero, não existe movimento voluntário) é o que observamos em quem tem lesão na medula espinhal após acidentes, por exemplo.

✔Paraparesia = fraqueza, diminuição da força muscular nos membros inferiores. Existe movimento voluntário, mas é diminuído, é o caso de pessoas com Paraparesia Espástica Hereditária (PEH) em sua forma mais comum, onde apenas os membros inferiores são acometidos. É também o caso de quem tem poliomielite.

*Os termos Paraplegia e Paraparesia nunca são utilizados para paralisia apenas dos membros superiores, essa condição acontece no caso de lesões periféricas dos nervos dos braços e muito raramente são bilaterais, acontecem nos dois braços.

* No caso de quem tem PEH a confusão pode ser um pouco maior quanto aos termos. Em inglês ela é mais conhecida como “Hereditary Spastic Paraplegia”, e não “Paraparesis” que seria o correspondente ao termo Paraparesia em português. Outro ponto é que em alguns subtipos de PEH, como a SPG11, os membros superiores também são acometidos. E aí, como fica? O nome da doença permanece, mas o quadro clínico apresentado é de uma Tetraparesia.

✔ Tetraplegia = paralisia, ausência de movimento dos membros superiores, inferiores e tronco. Pode ocorrer após uma lesão no pescoço, acometendo a medula espinhal nessa região.

✔ Tetraparesia = fraqueza, diminuição da força muscular. Existe movimento voluntário mas é diminuído e, nesse caso, acomete os 4 membros, superiores e inferiores, e tronco, é o caso de algumas pessoas com Paralisia Cerebral ou com sequela de TCE (Traumatismo Crânio Encefálico).

Fique de olho no próximo Glossário RARO para saber mais!

Por Dra. Priscila Molina, Fisioterapeuta

Núcleo Médico Científico – ASPEH Brasil

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Glossário RARO: Paraparesia Espástica Hereditária

Alguns termos que os profissionais da saúde (médicos, fisioterapeutas, geneticistas e outros) utilizam parecem confusos e indecifráveis. E o entendimento destes termos, e das indicações médicas, é muito importante e pode contribuir para melhorar a qualidade de vida do paciente.

Para tentar ajudar nisso, a ASPEH Brasil irá publicar uma série de matérias que formarão o “Glossário RARO”. Assim, o primeiro termo a ser “traduzido” será Paraparesia Espástica Hereditária.

Paraparesia Espástica Hereditária (PEH) é o nome completo de uma doença. Dessa forma, esse norme e sobrenomes explicam os sintomas e as características dela.

▪ Paraparesia – é a diminuição da força muscular nas pernas.

▪ Espástica – é referente a espasticidade, ou seja, ao endurecimento das pernas que é uma característica dessa doença (aumento do tônus). Este sintoma pode ser acompanhado muitas vezes de clônus e de espasmos.

▪ Hereditária – porque é uma doença genética, e pode ser transferida para as próximas gerações.

Importante ressaltar que estes 3 termos não são inseparáveis, cada um tem seu significado próprio e para que isso fique bem claro, deixamos aqui alguns exemplos:

Alguem que sofreu uma Lesão Medular em um acidente pode ter Paraparesia, mas ela não será hereditária.

Uma pessoa com sequela de Paralisia Infantil apresenta Paraparesia (fraqueza nas pernas) mas não é Espástica, pelo contrário, ela apresenta Hipotonia, é “mole”.

Algumas pessoas com Paralisia Cerebral apresentam Paraparesia Espástica.

E existem milhares de doenças hereditárias, que não tem relação com paraparesia nem com espasticidade.

Há algum termo que você gostaria de entender melhor?? Mande-nos!

 

Priscila Molina, Celyna K. Rackov e Michelle L. Detoni