Categorias
Saúde, Ciência & Tecnologia

Fisioterapia “Livre”

 

Dentre muitas patologias neurológicas a Paraparesia Espástica Hereditária (PEH), também comumente conhecida como Paraparesia Espástica Familiar (PEF), traz a pessoas com PEH comprometimentos a depender de sua classificação genética.

Para grande maioria das pessoas acometidas pela patologia, a perda funcional da marcha é a principal alteração, afetando diretamente a realização de suas atividades de vida diária e contribuindo para a redução da participação social. Este último fator é considerado para a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, elaborada pela Organização Mundial de Saúde.

Sendo assim, realizar o processo de reabilitação motora é sem dúvida de grande importância, mas este processo deve ser mais amplo e melhor detalhado pelos profissionais que são responsáveis pelos cuidados.

A fisioterapia pode extrapolar as barreiras físicas da academia/clínica, e ser realizada em locais públicos como praia/parques que possibilitem também a socialização do paciente. Sempre lembrando que o paciente deve ser visto como um ser biopsicossocial, transcendendo o limiar meramente biológico.

Abaixo um vídeo exemplificando como a fisioterapia em um local aberto pode trazer maior leveza ao exercício.

 

Por Dr. Fábio Medeiros
Fisioterapeuta

Categorias
Saúde, Ciência & Tecnologia

Doenças Neuromusculares

As doenças neuromusculares compreendem um grupo heterogêneo de desordens que acometem o funcionamento dos músculos, por afetar o sistema nervoso central, sistema nervoso periférico, a junção neuromuscular e/ou os músculos. Para entender melhor, precisamos ter uma noção de como ocorre o comando do cérebro para a realização de um movimento voluntário.

O neurônio motor integra o sistema nervoso periférico, tendo por função, levar a informação do sistema nervoso central (córtex cerebral) até os músculos. Na verdade, o termo “neurônio motor” refere-se a dois neurônios, um que transmite a informação do córtex cerebral até a medula espinhal (Neurônio Motor Superior) e outro que leva a informação da medula espinhal até o músculo (Neurônio Motor Inferior).

Para que a informação que vem do neurônio chegue as fibras musculares, ela precisa ser transmitida através da junção neuromuscular, que nada mais é que um espaço que comunica o nervo ao músculo. Finalmente, a informação precisa ser recebida e corretamente entendida pelas fibras musculares, que executarão o movimento voluntário pretendido.

Quando o acometimento ocorre em uma dessas três etapas, temos uma doença neuromuscular, onde a informação transmitida ao músculo é prejudicada. Assim, o comprometimento funcional é externalizado como perda de força muscular, atrofia, espasticidade, problemas de equilíbrio, incoordenação de movimentos e outros.

Estas doenças podem ser herdadas dos pais, ser causadas por uma mutação gênica nova (quando ninguém na família tem a doença), serem causadas por uma desordem no sistema imune ou ainda ter uma causa infecciosa (ex. HTLV, pós pólio)

Alguns exemplos de doenças neuromusculares são:

Doenças do neurônio motor: esclerose lateral aminiotrofica, paraparesia espástica hereditária;

Desordens musculares: distrofia musculares, miopatias inflamatórias e do sistema imune;

Junção neuromuscular: miastemias gravis e síndromes miastêmicas.

 

Por Michelle Detoni, Celyna Rackov e Priscila Molina


Bibliografia:

Categorias
Saúde, Ciência & Tecnologia

Estudos Clínicos: Paraparesia Espástica Hereditária

Para que um medicamento esteja em uma farmácia e seja usado com segurança e efetividade para determinada doença é necessário um longo percurso. E nesse caminho é essencial conhecermos bem a doença: sua causa e os processos através do qual surgem os sintomas.

Dessa maneira, para que tenhamos um medicamento que impeça a progressão da Paraparesia Espástica Hereditária, é necessário conhecer detalhadamente cada subtipo, tendo assim um melhor entendimento dos sintomas e do avanço da doença nos diversos subtipos para direcionar potenciais tratamentos a serem testados.

Atualmente existem vários estudos clínicos envolvendo à PEH. Abaixo estão relacionados aqueles em andamento cadastrados na página https://clinicaltrials.gov. Estes estudos clínicos estão concentrados nos Estados Unidos e Alemanha, em breve, falaremos de outros estudos ao redor do mundo.

 

Por Celyna K. Rackov1 e Michelle L. Detoni2

1Diretora do Núcleo Médico Científico da ASPEH Brasil

2Doutora em Ciências Biológicas (Genética & Biotecnologia)

Categorias
Saúde, Ciência & Tecnologia

Série – Desvendando à Genética

01. Doença Genética?!?!?!

Nós estamos o tempo todo escutando que temos uma doença de origem genética, que precisamos fazer um teste genético para fechar um diagnóstico… Muito comum também nos depararmos com termos como exoma, genoma completo, mutação…

Mas o que de fato é isso???

Vamos tentar entender um pouquinho essa tal Genética? Venham comigo!!!

Todos os seres vivos são compostos por unidades pequeninas denominadas células. A maioria das células do corpo humano tem em torno de 10 µm que equivale a 1 cm dividido em mil partes! Existem também células maiores, como algumas células neuronais que chegam a medir 1 metro de comprimento! 😮😮

Uma célula bem comum em nosso dia a dia, e que conhecemos bem, é o ovo. Nele, podemos começar a entender a constituição da célula: membrana celular, o citoplasma (clara do ovo) e o núcleo (gema).

Michelle, quero entender Genética, o que o ovo tem a ver com isso???

Calma, vamos lá!

Dentro do núcleo é onde encontramos o que chamamos de material genético/DNA/Gene/Cromossomo!!!

O DNA é como uma enciclopédia, onde está escrita toda informação a respeito das atividades que a célula deve desempenhar. Esse livro é escrito usando uma sequência de 4 letrinhas (A, T, C, G). E como em qualquer palavra, a ordem das letras é extremamente importante.

Quando ocorre alguma mudança ou alteração nessa ordem, falamos que ocorreu uma mutação. As mutações podem nos trazer benefícios ou prejuízos. Ou seja, pode nos trazer um prejuízo, quando naquela sequência de letrinhas estava as informações sobre como nosso neurônio deve funcionar; e, na nova sequência, essas instruções deixam de existir. Assim, podemos desenvolver uma doença genética.

Michelle, e o gene? O cromossomo? O que São?

Vamos com calma, teremos outros encontros!

Por Michelle L. Detoni

Categorias
Saúde, Ciência & Tecnologia

Inchaço nos membros inferiores

Você já deve ter lido que os líquidos corporais representam cerca de 60-70% de nosso peso corporal, mas este líquido não é distribuído aleatoriamente. Em torno de 40% encontra-se dentro de nossas células, 5% dentro dos vasos e 15% estão no espaço intersticial (nos tecidos entre as células).

Quando há um desequilíbrio nessas proporções, com excesso de líquido no espaço intersticial, temos um quadro de inchaço ou edema. O inchaço pode ser localizado (apenas em determinado local, vide figura 1) ou ainda generalizado, quando acontece um desequilíbrio nas taxas de distribuição de líquidos por todo o corpo.

edema pés
Figura 1: Inchaço nos pés de um usuário de cadeira de rodas.

Causas do Inchaço

O inchaço é um sintoma comum e pode estar relacionado a uma diversidade de causas. Dentre elas podemos citar: traumas, alteração no funcionamento dos rins, problemas no fígado, temperatura corporal elevada, cardiopatias e ainda, a ingestão de determinados medicamentos.

Outro fator que contribui para o inchaço, principalmente dos membros inferiores, é a permanência por longos períodos sentado com as pernas para baixo ou de pé parados. Nestes casos, a falta de movimento é prejudicial, já que nossas panturrilhas funcionam como bombas impulsionando o sangue para cima. Este fator é ainda mais evidente em cadeirantes com alguma doença neurodegenerativa nos membros inferiores, onde a contração na panturrilha é ineficaz.

Alerta: O inchaço deve ter uma atenção especial principalmente quando acompanhado de dor, vermelhidão e calor no local.

 

Diagnóstico:

Clinicamente a avaliação do inchaço será realizada pelo sinal de Godet, por meio da pressão digital sobre a pele, por aproximadamente cinco segundos, a fim de se evidenciar o edema. Este sinal é considerado positivo se a depressão (“cacifo”) formada não se desfizer imediatamente após a descompressão digital (Vídeo abaixo). O diagnóstico clínico depende não só do sinal de godet, mas de outros sintomas e exames prescritos.

 

Prevenção e Diminuição do Inchaço

Cuidados que podem amenizar o inchaço:

  • Nunca fique muito tempo em pé ou sentado, alterne as posições,
  • Quando sentado eleve as pernas,
  • Evite o uso de sapatos de salto alto por longos períodos,
  • Tenha uma dieta equilibrada, com pouco sal,
  • Evite lugares de temperaturas elevadas,
  • Faça exercícios físicos regulares, evite o abuso de bebidas alcoólicas,
  • Evitar o excesso de peso (obesidade)
  • O uso de meias elásticas também ajudam, mas deve ser prescrita por um médico
  • Drenagem linfática feita por fisioterapeutas auxiliam no retorno do liquido acumulado principalmente nos membros inferiores.

 

Tratamento

Para o tratamento adequado, é necessário a avaliação médica que nos direcionará no combate ao fator causador do inchaço. Assim, nunca devemos realizar automedicação, ou deixar de tomar alguma medicação antes de consultar um médico, baseados na experiência de terceiro.

Por: Carolina Curaçá e Michelle L. Detoni



Referências Bibliográficas:

INCHAÇO. Disponível em: https://www.einstein.br/doencas-sintomas/inchaco

Ferro AS, Vaz IR, Marques J, Polônia J (2012). EDEMA DOS MENBROS INFERIORES. Guia de Reacções Adversas a Medicamentos. Disponível online através dos sites: ufs.ff.ul.pt; ufn.med.up.pt

AVALIAÇÃO E MANEJO DO EDEMA EM MEMBROS INFERIORES. Disponível em: http://www.doutoraenfermeira.com.br/2015/10/compreendendo-o-edema.html.

DRA ENFERMEIRA COMPREENDENDO O EDEMA. Disponível em: http://www.doutoraenfermeira.com.br/2015/10/compreendendo-o-edema.html.